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O que de fato são as emoções?

Atualizado: 6 de out. de 2022


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A ciência já há muitas décadas estuda a bioquímica e a fisiologia das nossas emoções e então, após muitos estudos, acabou por desvendar o entrelaçamento que existe entre as substâncias químicas (hormônios, neurotransmissores, neuropeptídios, etc.) e as nossas emoções.


Segundo a neurocientista *Candace Pert (1999), a cada mudança de humor, inúmeras substâncias químicas são despejadas no nosso organiasmo, sendo que tal fenômeno foi por ela denominado de “moléculas de emoção” (que é também o nome do seu livro) e tal afeta diretamente os receptores das nossas células.


Candace Pert (1999) explica que, "essas moléculas de emoção são liberadas e distribuídas pelo corpo, instruindo as células sobre se devem ou não se dividir, se devem ativar este ou aquele gene. Tudo no corpo é mobilizado por essas moléculas mensageiras, que estão em toda parte".


“A relação entre os neuropeptídeos e seus sites receptores específicos se assemelha ao da ‘chave com o trinco’. Os neuropeptídeos flutuam através de, praticamente todos os fluidos do corpo e são atraídos apenas a receptores específicos porque, de fato, se encaixam em trincos específicos. Isto estabelece um sistema de informações no qual os neuropeptídeos ‘falam’ e os receptores ‘ouvem’.”


Ainda segundo Candace, cada emoção teria sua própria “assinatura bioquímica” de forma que o medo estaria associado à liberação de adrenalina e testosterona, o afeto e o amor à liberação de ocitocina, a felicidade à liberação de dopamina, a hostilidade à liberação de cortisol, o bem-estar à liberação de serotonina e endorfina e assim por diante, de forma que essas “moléculas de emoção” podem ser tanto benéficas quanto maléficas para nós.


Podemos dar como exemplo a excessiva liberação do hormônio do estresse (que é o cortisol), sendo que tal, ao longo do tempo, pode vir a causar problemas cardíacos, depressões e até mesmo o câncer; já a ocitocina (hormônio associado à afeição e ao amor) consegue agir da forma contrária, reduzindo os níveis de cortisol e abaixando a pressão arterial, acabando, assim, por nos proteger das doenças relacionadas ao estresse.

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Antes das pesquisas de Candace havia a grande pergunta: de que forma as emoções atuam no nosso corpo, vindo a manter a nossa saúde ou a causar doenças?


Candace Pert elucidou essa dúvida quando provou cientificamente que as emoções reprimidas ficam armazenadas no nosso organismo (especificamente nos receptores hormonais) e que as memórias das mesmas geram um bloqueio devido a falta de elaboração neural, quer seja pelo choque do acontecimento, pela falta de aceitação, pela frustração agregada, enfim, por inúmeras razões, principalmente quando os fatos ocorreram na infância, momento no qual ainda não tínhamos maturidade neural.


Mas o problema é que todas as vezes em que tivermos contato com algo que nos faça (à nível inconsciente) ter acesso a cena primária que gerou a emoção/trauma (sentir um cheiro, consumir um alimento ou bebida, ver uma determinada pessoa, ir ao um determinado lugar, etc.) são liberadas as substâncias químicas (hormônios, neurotransmissores, etc.) em nossa corrente sanguínea equivalentes àquela emoção específica, de forma que podemos passar uma vida inteira sob a influência desses hormônios que, como vimos, podem ser severamente maléficos para nós.


Agora então vamos à pergunta que não quer calar: e se a emoção bloqueada no inconsciente chegar à consciência?

Em ocorrendo a rememoração dos traumas ou dos bloqueios ocorridos quando da manifestação das emoções, tal poderia propiciar a liberação de grande parte dos hormônios e neurotransmissores que seriam então liberados na corrente sanguínea e excretados.

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Portanto, terapias que visem ajudar as pessoas a ter contato com a “cena primária” geradora dos traumas ou bloqueios e que busquem a rememoração desta fazendo possível com que a pessoa se veja à frente da emoção específica podem propiciar com que ocorra a elaboração do fato (catarse), com a consequente descarga dos hormônios específicos na corrente sanguínea, contudo, devido a elaboração da “cena primária” (catarse), estes hormônios parariam de ser liberados como anteriormente, o que possibilitaria a obtenção de mudanças psíquicas.


Pert acreditava que: "Quando documentarmos o papel primordial que as emoções, expressas através das moléculas de neuropeptídios, desempenham em nosso o corpo, se tornará claro que as emoções podem ser a chave ao entendimento da doença".


As emoções são de fato incríveis e a descoberta científica de que estas são um conjunto de substâncias químicas e de hormônios amplia o horizonte do que conhecíamos como mente/corpo, fazendo que que concluamos que, na realidade, ambos se tratam de uma coisa só.



Luciana Mascarenhas

Psicanalista ● Naturopata ● Cinesióloga ● Terapeuta



Fontes:

Bloqueios e Vícios Emocionais: Como vencê-los? (OLIVEIRA, Anderson Carlos, 2020)

http://espiriteiro.blogspot.com/2010/07/neuropeptideos-as-emocoes-e-mente-do.html



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